Morte de líder do Hezbollah eleva tensão no Oriente Médio e gera condenações internacionais
Domingo, 29 de Setembro de 2024 - Por Ricardo Gouveia
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, manifestou no sábado (28) forte condenação pela morte de Sayyed Hassan Nasrallah, líder do grupo Hezbollah, ocorrida no Líbano. Durante um evento que marcava dois meses de sua vitória nas eleições presidenciais, Maduro expressou solidariedade à organização, à família de Nasrallah e ao povo libanês, e afirmou que o ataque contra o líder foi “ordenado a partir da sede das Nações Unidas em Nova York”.
A morte de Nasrallah, confirmada pelo Hezbollah e por autoridades israelenses, ocorreu durante um bombardeio israelense ao quartel-general do grupo nos arredores de Beirute. O episódio representa um dos maiores golpes contra a organização libanesa em meio a uma nova onda de violência na região. O conflito entre Israel e o Hezbollah se intensificou nas últimas semanas, com uma série de ataques aéreos lançados por Israel contra posições do grupo.
O impacto para o Hezbollah
A eliminação de Nasrallah marca um dos maiores reveses para o Hezbollah, uma das principais forças paramilitares do Oriente Médio, apoiada pelo Irã. A ofensiva israelense, que começou após a escalada do conflito na Faixa de Gaza, teve como alvo integrantes e infraestruturas estratégicas do Hezbollah, resultando em milhares de vítimas. Além do ataque ao líder, o Hezbollah sofreu com a destruição de seus dispositivos de comunicação e bases no sul do Líbano.
Em Beirute e em várias cidades do sul do país, moradores têm buscado refúgio em abrigos ou deixado suas casas, temendo uma possível escalada com uma incursão terrestre de Israel. A tensão na fronteira norte de Israel também provocou o deslocamento de milhares de israelenses, após uma série de confrontos entre as forças israelenses e o Hezbollah.
Conflito entre Israel e Hezbollah se agrava
O confronto direto entre Israel e o Hezbollah vem ocorrendo em paralelo à guerra na Faixa de Gaza, após o ataque do Hamas ao território israelense em 7 de outubro de 2023, que deixou centenas de mortos e resultou na captura de reféns. Desde então, Israel intensificou suas operações militares no Líbano, respondendo aos ataques do Hezbollah, aliado do Hamas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reforçou o compromisso de garantir que os israelenses deslocados na região norte retornem às suas casas, transformando essa meta em um objetivo de guerra oficial. No entanto, o cenário de intensos bombardeios e ameaças de invasões terrestres continua a ampliar o rastro de destruição.
Repercussão internacional
A morte de Nasrallah e o agravamento do conflito no Líbano geraram forte repercussão internacional. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, condenou os ataques e pediu o fim imediato das hostilidades. O Brasil, que registrou a morte de dois adolescentes brasileiros nos bombardeios recentes, estuda uma possível missão de resgate de cidadãos em áreas afetadas. O cenário incerto e a escalada da violência mantêm o mundo em alerta diante do risco de um conflito ainda mais amplo no Oriente Médio.
Da CNN
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